5 de novembro de 2009

FIGURAS DA VILA 19

ELISIÁRIO CARVALHO
PINTOR, (1913-1998)

Elisiário Carvalho era um homem simples e modesto, mas que possuía uma habilidade extraordinária para transformar o que via à sua volta em belos desenhos e quadros.

Era um autodidacta que aprofundou os seus conhecimentos ao longo de muitos anos, chegando ao ponto de misturar as suas próprias tintas a partir dos pigmentos comprados em drogarias.

A sua imensa curiosidade e uma certa falta de recursos levaram-no a trabalhar com materiais tão diversos como as tintas de óleo então usadas na construção civil e as tintas de esmalte para a pintura de miniaturas. Trabalhava geralmente sobre madeira ou platex, tendo pintado o seu primeiro quadro numa placa de contraplacado que encontrou na praia trazida pelo mar!



Esteve associado desde o primeiro momento aos artistas que a partir de 1992 se reuniam no velho café Rapioca, em Paço de Arcos, para discutir arte e planear exposições, e que acabaram por lançar a Paço de Artes - Associação de Artistas Plásticos de Paço de Arcos.




Até ao seu falecimento, em 1998, participou na quase totalidade das exposições organizadas pela Paço de Artes, da qual foi nomeado Sócio Honorário.





Texto do Catálogo da Exposição Retospectiva, Julho 2006.

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Deixamos aqui alguma reproduções de trabalhos de Elisiário Carvalho, sobre a sua terra natal: Paço de Arcos.













Fim da Parte III.


Colaboração do Bardino Vitor Martinez.


3 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Bardino,
Vitor Martinez

Novamente tenho de te felicitar palo excelente trabalho realizado sobre o Nosso ... Mestre Elisiário.

Uma das MAIORES PERSONAGENS HISTÓRICAS, no âmbito humano e cultural, de PAÇO DE ARCOS do Século XX.

Pessoa humilde e sábia, amigo do seu amigo e, ... para ELE, Paço de Arcos representava o "seu" MUNDO.

A Família (Zé António, esposa e filhos), os Seus Amigos, o Tejo, os robalos que dificilmente lhe escapavam, o contraplacado, a sua casa e aquela janela sempre aberta, as tintas e ... a NOSSA TERRA - Paço de Arcos, "enchiam-no" de ORGULHO.

Para mim, que tive o imenso prazer de o conhecer, desde ... sempre, desde que nasci, era ... mais um FAMILIAR.

Desde sempre simpatizei com ele (era muito gentil e educado com todos ... mas, para os mais pequenos, ... era mesmo especial! Sabia cativar) porque frequentava a casa da minha FAMÍLIA. Parava frequentemente, no seu regresso a casa, na Loja (sapataria) para "dois dedos de conversa" e ... se por acaso, o "Tezinho" (outro vizinho, morador no "prédio do Rola", também especialista na pesca dos robalos) estivesse presente (era frequente e normal) ... então a discussão e as estratégias para a pesca eram ... tema certo!
Elisiário, pescador de robalos, fiel ao seu bote. Tezinho, pescador da ... muralha (alta, baixa, praia nova, giribita, ...). Recordo-me como se tivesse saído, ... agora mesmo, daquela ... TERTÚLIA!

Ah,ah, ... pois é!

...Uma das Tertúlias existentes, na altura, era na "Sapataria do ... 21"!
Outra, ... Na Oceânia, era mais ... selos, filatelia, ..., boîtes, vida mundana ...!!!

TEMPOS FRATERNOS, de AMIZADE, de CULTURA, de BAIRRISMO, de ... VERDADEIRAS RELAÇÕES SOCIAIS.

Estes velhos tempos, estão irremediavelmente perdidos!!???

No que me diz respeito, pessoalmente, continuam vivos.
Nas minhas memórias de infância e juventude felizes, estão PRESENTES com muita regularidade.

Estávamos, então, a viver os melhores tempos da vivência solidária entre VERDADEIROS VIZINHOS de Paço de Arcos.

Uma UTOPIA para este Século XXI é: REGRESSARMOS A ESSES CAMINHOS DA FELICIDADE DE ... TERMOS VIZINHOS DESTE CALIBRE / QUALIDADE, em PAÇO DE ARCOS!!

CONSEGUIREMOS ??????

APOSTAS, ... ACEITAM-SE!

UM ENORME BRAVO ao AMIGO ELISIÁRIO!

Assin: Carlos André

Fernando Reigosa disse...

Estou estarrecido.
Nunca pensei, quando aceitei o desafio do João Barosa Pereira para formarmos um qualquer Grupo que pudesse intervir na elevação da 'coisa' Paçoarquense, que pudessemos, nem de longe, chegar a este nível.
Eu, pecador, me confesso, como disse alguém outrora.
O Elisário para mim, e desde sempre, não passava duma figura carismática popular de Paço de Arcos, que primava especialmente pela sua extrema afabilidade, simpatia e carinho que distribuia, a torto e a direito, por tudo quanto era gente, ou até animal.
Bem sei que cheguei a esta Vila já com 9 anos feitos, nunca frequentei escolas em Paço de Arcos, e, por isso, muito me terá escapado, deixando-me em desvantagem. Mas foi uma muito agradável surpresa, 'descobrir' toda a história desta riquíssima personagem.
Muito obrigado ao Vitor, que mais uma vez demonstrou as suas capacidades, na escolha e no ressuscitar dos temas mais caros a todos nós. Muito obrigado, também, ao Carlos André por partilhar conosco tão interessantes memórias, e expostas de maneira particularmente 'sábia'.
Faço daqui um apelo ao Carlos André e aos outros Bardinos (percam a vergonha, ou a preguiça, conforme o caso), para que ponham em papel tudo quanto sejam memórias. É disto que este Blog e estaq Vila precisam, como se pode constatar.

Fernando Reigosa disse...

Também me consta que há muitas e boas histórias antigas ligadas ao 21.
Fico á espera, é isso 'c'a malta curte'. Bora lá.